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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

As melhores séries de 2010!

Sem dúvidas foi um ano grandioso para a televisão mundial. Em tempos de transição das tecnologias, o hábito de acompanhar programas e séries pela TV não é mais unânime. Na internet é possível fazer o download de episódios e assim os seriados se popularizaram no resto do mundo. Mas eis que a TV a cabo cresceu contra a vertente. O motivo não podia ser mais conveniente: a qualidade. Canais como AMC, HBO e Showtime se estabeleceram como grandes fábricas de bons programas de TV nos Estados Unidos. Algumas séries eu conheci melhor esse ano, assistindo a todas temporadas, como no caso de Mad Men, Brothers & Sisters, Breaking Bad e Medium, porém, será julgada a última temporada exibida no Brasil nesse ano. Esse ano fiquei por fora de programas ingleses, mesmo não sendo muito fã, a única vista foi Skins. Porém, essa estranha questão de cortar o final das fases e assim ignorar o climax de despedida do elenco é algo que me fez desgostar do seriado aos poucos. No Brasil, a Rede Globo tem investido cada vez mais no formato. Assisti alguns episódios de Separação, escritos por Alexandre Machado e Fernanda Young, os mesmos de Os Normais. O seriado é ótimo, mas o horário ingrato. Aí que está o problema. Do que adianta apostar no gênero, mas esticar uma novela até às 22h30, inserir um Casseta e Planeta/Globo Repórter depois e enfiar o seriado para depois das 23h - 23h30? Vou me atualizar quanto à esse seriado e também Aline, da qual, assisti apenas o piloto e lembro ter gostado muito. Mas vamos ao que interessa!

10 - Glee (temporada 1) / Modern Family (temporada 1)

Glee foi essencialmente o sopro de novidade na tv aberta norte-americana. Fez uma temporada estável, apesar de episódios que beiraram ao exagero como o especial da Madonna. Mas o trunfo de Glee para a maioria dos críticos - e a mim - , não está na música - artifício para chamar atenção da massa - e sim no roteiro cômico e ousado. Não é todo dia que um estudante gay se abre para o pai machista no horário nobre, ou o preconceito racial é tratado de uma forma tão tocante. (FOX)

Modern Family é a comédia revelação do ano. O seriado cômico desbancou Glee e 30 Rock e levou o Emmy Awards para casa. Merecidamente, pois, uma série ser tão engraçada com o formato de documentário, é algo de gênio. As atuações também não podem ser deixadas de lado. Roteiro dinâmico e criativo. (ABC/FOX)

9- The Good Wife (temporada 1 e parte da 2ª)

O melhor drama de advogados atual inova ao inserir uma pitada de trama política na mistura. Como não se bastasse, ainda tem a família da personagem principal jogada no primeiro plano. The Good Wife não é genuinamente um seriado de um caso por episódio, aqui a história central é o que movimenta os jogos de interesses. O melhor ainda está na realista forma de tratar o caso de adultério por parte de político famoso e a relação da esposa com isso tudo. (CBS/ Universal Channel)


8- Fringe (temporada 2 e parte da 3ª) / The Walking Dead (temporada 1)


Fringe é uma surpresa. Um seriado que começou com uma trama meio nebulosa, ninguém sabia muito do que se tratava e agora abriu, literalmente, um portal para algo surpreendente e jamais explorado no universo da TV aberta. Infelizmente o público não comprou muito a ideia, e Fringe está correndo risco de cancelamento, ainda mais agora que a FOX a jogou para às sextas-feiras. Não sei o que é melhor: os personagens tão interessantes, a trama mirabolante e fascinante, ou as teorias de universos paralelos e observadores que não se limitam ao roteiro da série. (FOX, Warner Channel)


The Walking Dead é, em partes, uma decepção pelo número pequeno de episódios para essa primeira temporada. Pelo pouco que dá para julgar, o seriado tem uma produção de efeitos especiais bem cuidada, assustadora quando necessário e, como um bom filme de zumbis, a série traz a complexidade humana nos momentos de desespero à tona. A questão da fé pela ciência também foi muito bem conduzida. É aguardar para saber como o roteiro vai se sair ao criar armadilhas que serão expostas aos personagens. Uma coisa é certa, de todas, The Walking Dead é a mais nova série que pode ocupar o lugar de Lost no imaginário do público. (AMC, FOX)

7- Boardwalk Empire (temporada 1)

Elenco de primeira, direção de arte impecável e produção do cineasta que sabe muito bem falar sobre a máfia: Martin Scorcese. Mas ok. Depois de Mad Men, um seriado assim não surpreenderia tanto. Porém, com um desfecho impressionante, Boardwalk Empire manteve-se estável na temporada de debute e se prepara para mostrar realmente a que veio. Em meio a complexos personagens vivendo na cidade do pecado, pode-se esperar de tudo. (HBO)

6- Breaking Bad (temporadas 1 e 2)

Mais um seriado focado em personagens e na complexidade do ser humano. Ao tratar do espinhoso assunto que é o câncer, Breaking Bad faz isso de forma genial. Criou um paralelo de como ele mesmo começou a ter atitudes destrutivas semelhantes da doença atingindo o organismo. Nada escapa da sua obsessão de se manter vivo (o que se torna uma ótima desculpa para preencher seu vazio), e não abre mão de seus momentos ao lado de seu melhor amigo quando está fabricando metanfetamina. Os diálogos de Walter e Jesse são os melhores da TV atual. (AMC, AXN)

5- 30 Rock (temporada 5)

Tenho uma grande dificuldade de rir em seriados. Acho o formato sitcom com a platéia morrendo de rir da série, uma das coisas mais forçadas na TV. Funcionou muito bem antigamente, pois as séries eram realmente boas. Algumas de hoje são interessantes, mas me falta paciência de segui-las. 30 Rock é diferente. O próprio time formado para o programa já é garantia de arrancar minhas risadas e assim preencherem o intervalo de 30 segundo obrigatórios entre uma piada e outra. Não preciso de incentivo. Só a genial Tina Fey ao lado de Alec Baldwin "trabalharem" em uma das maiores redes de TV no Estados Unidos. (NBC, SONY)

4- Nurse Jackie (temporada 2)

Enquanto em outras séries os protagonistas precisam superar um câncer, zumbis, preconceitos, instinto assassino, vazio existencial e por aí vai, Jackie precisa superar uma dor nas costas. E o que ela faz? Se enche de remédios até se viciar. Claro que essa dor nas costas é muito mais uma desculpa para ela enfrentar sua vida perfeita e irritante. Edie Falco interpreta uma das maiores figuras femininas da TV no momento e o drama de viciados em drogas nunca foi contado de forma tão realista, pendendo para o lado cômico e mostrando uma face dos hospitais pouco conhecida, ou você acha que todos hospitais são como em Grey's Anatomy? (Showtime, Studio Universal)


3- Friday Night Lights (temporada 4)

A queridinha dos críticos no gênero série-adolescente-no-colegial é tão boa, mas tão boa, que será difícil outro seriado do gênero satisfazer tanto quanto ela. Pra começar, o seriado se passa no Texas, lugar onde os costumes são diferentes de outras regiões dos Estados Unidos. Questões como relação do jovem com a terceira idade, Guerra do Iraque, bullying, racismo, bipolaridade, drogas no esporte, adolescência e deficientes físicos, são tratados com seriedade e com um elenco que tem na improvisação o ponto forte para manter a narrativa contundente. (DirecTV, NBC, AXN)

2- Dexter (temporada 4)

Havia prometido falar sobre Dexter aqui no blog no especial Semana em Série. Fico envergonhado de não ter comentado nada ainda, mas quem assiste sabe do que se trata. Quem não assiste perde uma das produções mais controversas da TV. Dexter Morgan é sem dúvidas o personagem mais adorável e ao mesmo tempo assustador entre os seriados. Fica claro que fórmula foi copiada por todos esses outros seriados da lista, da qual, seus protagonistas precisam esconder seus sentimentos e emoções mais sombrias. Tentam conviver com seus monstros e as vezes optam por alimenta-los ou contê-los. Essa temporada foi nervosa, com momentos de tensão à todo momento. Termina de uma forma chocante e que será uma lição para o serial killer. Mas o que mais me dá medo em Dexter, é que qualquer ser humano comum se identifica de algum jeito com ele. (Showtime, FX)

1- Mad Men (temporada 3)

O seriado que retrata um período de fortes mudanças na sociedade, também se dá o luxo de discutir a complexidade de seus protagonistas. Os desejos latentes são por horas sufocados, mas em algum momento eles escapam e levam à tona atitudes condenáveis para uma época, da qual, o importante é seguir o utópico American Way of Life. As mulheres trabalhadoras, que querem se distanciar da vida de dona de casa e submissas aos homens vão ganhando espaço, enquanto outras vivem desesperadas e seguem medidas desastrosas. A terceira temporada chocou com o destino tomado do personagem homossexual, os segredos revelados do protagonista e o início de uma nova era para a agência de publicidade onde se passa parte da trama. Os ricos detalhes para reviver uma época tão charmosa e elegante não se limitam nos espaços físicos, trazendo o melhor da moda de volta e assim influenciando a cultura atual. Personagens bem construídos e um roteiro que não se submete ao que a audiência deseja. Um luxo que apenas uma série da tv a cabo pode realizar. (AMC, HBO)

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